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Estudante de medicina ‘cobrou US $ 26 mil de candidatos à faculdade para ajudá-los a colar nos exames de admissão usando imitadores’

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Um estudante de medicina está sob investigação por supostamente orquestrar um esquema de exame de admissão à faculdade, no qual uma equipe de candidatos se fazia passar por possíveis alunos e fazia os exames por eles, disse a Polícia Federal brasileira.

André Ataíde é acusado de ter sido contratado por 30 estudantes para prestar 107 vestibulares de medicina em quatro estados brasileiros.

As autoridades disseram que Ataíde tinha uma rede de 32 pessoas que faziam as provas dos candidatos às faculdades ou davam respostas aos exames.

O jovem de 23 anos cobrou mais de US$ 26 mil por cada teste e recebeu um adiantamento de quase US$ 8,8 mil.

André Ataíde é investigado por fazer exames para candidatos a faculdades de medicina no Brasil, cobrando até US$ 26 mil por exame

Jeovanna Reges supostamente fez uma pessoa fazer quatro exames de admissão à faculdade de medicina

Jeovanna Reges supostamente fez uma pessoa fazer quatro exames de admissão à faculdade de medicina

O policial federal Ezequias Martins disse ao Fantástico, telejornal da TV Globo, que Ataíde fez nove provas para nove alunos em um dia e teve pessoas auxiliando nas provas.

Os testes foram realizados na frente de um computador com câmera e microfone ligados, permitindo que os inspetores da escola detectassem se o possível aluno estava colando.

Em vídeo obtido pelo Fantástico, Ataíde deu instruções aos candidatos que o mostravam descrevendo como repassar as perguntas e receber as respostas.

“Seu olhar tem que ficar focado na tela”, disse Ataíde no vídeo. ‘Se você olhar para o lado aqui como eu estou olhando, o sensor, o programa vai indicar isso para o examinador, e ele vai ficar te incomodando.’

Ataíde abandonou o campus de Marabá, da Universidade do Estado do Pará, em abril, mas atualmente está matriculado no curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas do Pará.

A Polícia Federal descobriu o esquema depois de receber uma denúncia anônima, em fevereiro, de que Ataíde fingiu ser dois estudantes, fez os exames pessoalmente e o colocou sob prisão.

As autoridades brasileiras alegam que Ataíde realizou até nove testes para nove alunos em um dia. Ele foi preso em fevereiro, mas foi libertado da prisão enquanto a polícia continua a investigação.

As autoridades brasileiras alegam que Ataíde realizou até nove testes para nove alunos em um dia. Ele foi preso em fevereiro, mas foi libertado da prisão enquanto a polícia continua a investigação.

Policial revista a casa do estudante de medicina André Ataíde

Policial revista a casa do estudante de medicina André Ataíde

Os investigadores souberam que ele prestou vestibular para Moisés Assunção em novembro de 2023. Assunção acabou sendo admitido no curso de medicina do campus de Marabá da Universidade do Estado do Pará.

As autoridades conseguiram provar que Ataíde havia feito o teste depois de comparar as assinaturas e a caligrafia na parte dissertativa do teste.

A Polícia Federal também investiga denúncias de que Ataíde foi procurado pela estudante de medicina Jeovanna Reges para fazer exame em quatro escolas diferentes.

Ataíde fez com que uma mulher, identificada como Adrielli Pedroso, fizesse exames para o Reges para obter o ingresso no Instituto Superior de Vale do Lobo.

Uma preocupada Reges tingiu o cabelo de loiro para preto porque temia que os administradores da escola não a reconhecessem.

“Meu Deus, André”, disse Reges a Ataíde em mensagem de voz. ‘Ela é muito diferente de mim.’

Para aliviar suas preocupações, Ataíde recomendou que ela usasse peruca na escola.

‘Assim, você pega uma peruca, uma preta no caso, e você faz uma (carteira de identidade) com essa peruca, sabe?’ Ataíde disse. ‘E aí, no dia da matrícula, você usa máscara para ninguém ver seu rosto. Apenas seus olhos. E com uma máscara ninguém vai notar.

Pedroso contou ao Fantástico que fez exame para Reges, mas nunca foi indenizada.